Filippo Grandi enfatizou a urgência em abordar a crescente estigmatização sofrida pelos refugiados e migrantes.
Nova York – O Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, lembrou os líderes presentes no Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre o importante papel que exercem ao buscar respostas às crises de deslocamento no mundo todo, especialmente em um momento no qual o discurso xenofóbico contra migrantes e refugiados se alastra.
Em seu discurso, Grandi sugeriu um caminho para lidar com as muitas crises que se desdobram no mundo. “Retratar isso como uma crise global não é administrável e, na minha opinião, está errado”, disse ele.
“Por meio do engajamento e da vontade política, que vocês representam aqui no mais alto nível, e com melhores respostas, consagradas no Pacto Global sobre Refugiados, é possível e urgente enfrentar essas crises. E vocês, que representam o Conselho de Segurança, têm um papel fundamental.”
Um número sem precedentes de 68,5 milhões de pessoas em todo o mundo foi forçado a fugir de seus lares. Entre eles estão quase 25,4 milhões de pessoas refugiadas, das quais mais da metade são menores de 18 anos. A grande maioria dos refugiados está abrigada em países em desenvolvimento.
“85% dos refugiados do mundo estão em países pobres ou de renda média. É aí que a crise mora”
Filippo Grandi apelou aos membros do Conselho de Segurança para trabalharem juntos a fim de lidar com as principais causa das crises: a falta de paz e de segurança.
“Dos quase 70 milhões de pessoas que estão deslocadas ou refugiadas, a maioria está fugindo de conflitos”, observou ele. “Se os conflitos fossem evitados ou resolvidos, a maioria dos fluxos de refugiados desapareceria. Ainda assim, as abordagens de pacificação seguem fragmentadas e insuficientes para a construção da paz”.
Grandi citou a crescente violência na Líbia, onde civis estão em risco, e expressou especial preocupação pelos refugiados e migrantes presos em centros de detenção em áreas de conflito. Mais tarde, no mesmo dia, o Alto Comissário anunciou que o ACNUR conseguiu transferir mais de 150 pessoas do centro de detenção Ain Zara, no sul de Trípoli, para um local seguro, o Centro de Recolhimento e Partida do ACNUR.
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