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ACNUR estima que mais de 2,5 milhões de pessoas precisam ser reassentadas

Notas informativas

ACNUR estima que mais de 2,5 milhões de pessoas precisam ser reassentadas

Este é um resumo do que foi dito pela porta-voz do ACNUR, Shabia Mantoo – a quem o texto citado pode ser atribuído – na coletiva de imprensa de hoje no Palais des Nations, em Genebra.

25 Junho 2025
Recepção de primeiro grupo aconteceu nesta terça-feira, 29 de abril, no Aeroporto Internacional de Guarulhos

Recepção de primeiro grupo aconteceu nesta terça-feira, 29 de abril, no Aeroporto Internacional de Guarulhos

GENEBRA – A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) estima que 2,5 milhões de pessoas refugiadas em todo o mundo precisarão ser reassentadas no próximo ano, de acordo com o relatório Necessidades Globais Projetadas de Reassentamento divulgado nesta terça-feira (24).

Embora o número continue alto, as necessidades anuais de reassentamento diminuíram para o próximo ano – caindo de 2,9 milhões em 2025 – mesmo com o aumento contínuo do número global de refugiados. Isso se deve principalmente à mudança da situação na Síria, que tem permitido retornos voluntários. Estamos observando algumas pessoas desistirem dos processos de reassentamento para retornar e reconstruir suas vidas em casa.

Em 2026, as maiores populações de refugiados que precisarão ser reassentadas serão: afegãos (573.400), sírios (442.400), sul-sudaneses (258.200), sudaneses (246.800), rohingyas (233.300) e congoleses (179.500). Os principais países que abrigam refugiados e dos quais será necessário fazer o reassentamento incluem: Irã (348.900), Turquia (258.000), Paquistão (215.000), Etiópia (213.950) e Uganda (174.000).

O reassentamento oferece uma alternativa concreta às jornadas perigosas, demonstra solidariedade internacional e fortalece parcerias com os países anfitriões. Ao oferecer soluções para refugiados com necessidades agudas e maior dependência de assistência, o reassentamento também ajuda a aliviar a pressão sobre os sistemas nacionais nos países de acolhida, apoiando, assim, respostas sustentáveis.

Em 2025, no entanto, espera-se que as cotas de reassentamento sejam as mais baixas das últimas duas décadas, ficando abaixo até mesmo dos níveis observados durante a pandemia de COVID-19, quando muitos países suspenderam seus programas. Essa queda drástica nas cotas coloca em risco o progresso significativo alcançado nos últimos anos, graças aos esforços coletivos, além de expor os refugiados a maiores perigos.

Diante das necessidades e do número limitado de vagas de reassentamento, o ACNUR faz um apelo aos Estados que acolhem estas pessoas para que mantenham seus programas e aumentem sua capacidade de recepção. Também pedimos programas de reassentamento mais previsíveis, ágeis e com cotas adaptáveis às principais rotas de refugiados.

Brasil está comprometido com o reassentamento de pessoas refugiadas

Diante das necessidades globais de reassentamento, iniciativas como o Programa Brasileiro de Patrocínio Comunitário para Afegãos tornam-se ainda mais relevantes. Inspirado em boas práticas internacionais, o programa permite que grupos da sociedade civil apoiem diretamente a acolhida e a integração de pessoas afegãs em situação de extrema vulnerabilidade, oferecendo uma alternativa segura e digna ao deslocamento forçado.

O programa ainda inova ao garantir que o ACNUR possa identificar e referenciar casos para o preenchimento de 5 a 10% das vagas de patrocínio comunitário oferecidas pelas organizações, numa estrutura similar a atividades de reassentamento. A iniciativa reforça o compromisso do Brasil com a proteção internacional e mostra como comunidades podem ser agentes ativos de solidariedade, inclusão e reconstrução de vidas.

“O Brasil é um dos poucos países no mundo que está se comprometendo a garantir a proteção dos refugiados afegãos por meio de soluções em terceiros países, em particular aqueles mais vulneráveis, e a lhes oferecer um recomeço”, afirma Davide Torzilli, Representante do ACNUR no Brasil.

ACNUR recepciona as primeiro 18 pessoas refugiadas afegãs que chegaram ao Brasil pelo Programa de Patrocínio Comunitário

ACNUR recepciona as primeiro 18 pessoas refugiadas afegãs que chegaram ao Brasil pelo Programa de Patrocínio Comunitário

Para 2026, a comunidade internacional estabeleceu a meta de reassentar 120 mil refugiados. A história recente mostra que isso é possível. Embora cotas maiores de reassentamento sejam cruciais para atingir essas metas, cotas menores continuarão sendo igualmente importantes nos próximos anos, especialmente se os casos puderem ser processados e avaliados com rapidez e remotamente.

Há mais de 70 anos, o ACNUR facilita o reassentamento como um salva-vidas essencial para refugiados, oferecendo soluções para pessoas que enfrentam riscos graves, como deportação, violência, emergências médicas e outras ameaças críticas – e continuará fazendo isso.

No ano passado, apesar dos desafios, mais de 116 mil refugiados tiveram a oportunidade de encontrar segurança e reconstruir suas vidas por meio de programas de reassentamento com apoio do ACNUR. Cada vaga é inestimável para quem foge do perigo.

Para mais informações sobre este tema:

- Em Genebra: Shabia Mantoo, [email protected]