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Brasil bate recorde de solicitações de reconhecimento da condição de refugiado em 2024

Notas informativas

Brasil bate recorde de solicitações de reconhecimento da condição de refugiado em 2024

Dados divulgados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) indicam aumento de 16% no número de solicitações em relação ao ano anterior e reforçam estatísticas do ACNUR, que apontam para aumento constante na última década em todo o mundo
14 Junho 2025
Relatórios foram divulgados durante o seminário Refugiados e Deslocamento em Debate

Relatórios do ACNUR e do MJSP foram divulgados durante o seminário Refugiados e Deslocamento em Debate

Em 2024, foram registradas 68.159 mil novas solicitações de reconhecimento da condição de refugiado no Brasil – um aumento de 16,3% em relação a 2023. Também no último ano, outras 13.632 pessoas foram reconhecidas como refugiadas pelo Comitê Nacional para os Refugiados (Conare). Os dados, divulgados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) na última sexta-feira (13/06), em Brasília, corroboram com os recordes de deslocamentos forçados em todo o mundo, apresentados nacionalmente pelo ACNUR no mesmo evento, que chegaram a 122,1 milhões em todo o mundo.

Os números foram divulgados durante o seminário Refugiados e Deslocamento em Debate: Dia Mundial do Refugiado e da Semana Nacional sobre Migrações, Refúgio e Apatridia. O evento integra o calendário de atividades do MJSP e do ACNUR em alusão ao Dia Mundial do Refugiado, celebrado em 20 de junho.

Segundo o relatório Refúgio em Números, desde 2015, mais de 454 mil pessoas de 175 nacionalidades buscaram proteção no Brasil. Ao considerar a série história de 2015 a 2024, o Brasil recebeu mais de 450 mil pedidos, de 175 países. As principais nacionalidades solicitantes em 2024 foram venezuelana, com 27.150 pedidos (39,8%); cubana, 22.288 (32,7%) e angolana, 3.421 (5%). Também apresentaram números expressivos os indianos (3,1%) e os vietnamitas (2,8%).

Entre os reconhecimentos da condição de refugiado, já são 156.612 pessoas reconhecidas pelo Conare na última década. As solicitações de refúgio tiveram um aumento de 16,3% em relação a 2023. Em 2024, 13.632 pessoas foram reconhecidas como refugiadas pelo Conare. A Venezuela concentrou a maior parte dos reconhecimentos (93,1%), seguida por cidadãos do Afeganistão, da Colômbia e da Síria.

“Estes dados são importantes pois permitem construir políticas públicas. O Brasil é um país líder na acolhida, proteção e inclusão de pessoas refugiadas e deslocadas à força e tem programas inovadores para a integração dessas pessoas como o Programa de Patrocínio Comunitário para Afegãos, lançado neste ano pelo Governo Brasileiro”, destacou o representante do ACNUR, Davide Torzilli. “A Estratégia de Interiorização da Operação Acolhida, a Conferência Nacional de Migração Refúgio e Apatridia (Comigrar) e outras tantas iniciativas, somadas a uma legislação bastante favorável como a brasileira, permitem que as pessoas refugiadas integrem à sociedade e contribuam economicamente para o fortalecimento e crescimento deste país que as acolhe”, completou.

“Vivemos tempos que exigem solidariedade ativa, ação coordenada e respostas efetivas frente ao crescimento global do deslocamento forçado. O Brasil reafirma seu compromisso histórico com o acolhimento e a integração das pessoas refugiadas ao investir em políticas inovadoras, como o Programa Brasileiro de Patrocínio Comunitário, que articula Estado, sociedade civil e comunidades locais para oferecer proteção com dignidade”, disse o secretário Nacional de Justiça substituto, Fábio Silva, durante a solenidade de apresentação dos documentos.

Números em destaque

De 2015 a 2024, os homens representaram 59,1% dos solicitantes de reconhecimento da condição de refugiado no Brasil e as mulheres, 40,9%. Entre as mulheres, quase um quarto (24,3%) tinha menos de 15 anos de idade, o que evidencia a presença expressiva de crianças e adolescentes entre a população refugiada. Entre os reconhecimentos de pedidos de refúgio concedidos por meio dos procedimentos simplificados no Conare, aproximadamente 40% são para crianças e adolescentes.

Outro destaque do relatório é o avanço nos processos de reunião familiar, que funcionam como importante mecanismo de proteção e integração. De 2023 a 2024, foram deferidos 33.724 processos nesse contexto.

:: Saiba mais: Acesse a íntegra do relatório Refúgio em Números, apresentado pelo MJSP

:: Saiba mais: Confira o relatório Tendências Globais 2024, do ACNUR

 

O evento de apresentação dos relatórios do MJSP e do ACNUR foi transmitido pelo Youtube. Confira a seguir a transmissão completa: