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Empoderando Refugiadas promove oportunidades de emprego formal no setor varejista

Notas informativas

Empoderando Refugiadas promove oportunidades de emprego formal no setor varejista

Por meio de adesão ao projeto Empoderando Refugiadas, Instituto C&A se compromete com a contratação de 20 mulheres para trabalhar nas regiões Sul e Sudeste do Brasil
4 Julho 2025
Em São Paulo, atividades contaram com mulheres refugiadas e migrantes de diferentes nacionalidades

Em São Paulo, atividades contaram com mulheres refugiadas e migrantes de diferentes nacionalidades

A promoção de oportunidades de emprego formal e de integração socioeconômica de mulheres é um dos principais pilares do Empoderando Refugiadas. A partir do compromisso assumido com o projeto, o Instituto C&A começa a receber novas colaboradoras, em um processo que iniciou em abril, com apoio das organizações envolvidas com o Empoderando. O processo seletivo foi realizado em quatro cidades, com o objetivo de identificar e contratar formalmente mulheres de diferentes nacionalidades. Ao todo, serão 20 contratadas – algumas já iniciaram os trabalhos nas lojas da rede.

As dinâmicas e processos seletivos aconteceram na segunda quinzena de abril nas cidades de Boa Vista (RR), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Porto Alegre (RS). As mulheres refugiadas foram selecionadas para trabalhar nas cidades de residência, com exceção das que participaram das dinâmicas em Roraima, que passam agora pelo processo de interiorização com Vaga de Emprego Sinalizada. Ou seja, com apoio logístico da Operação Acolhida e facilitação da moradia pela empresa nos primeiros meses de emprego, elas mudaram para São Paulo e passaram a integrar as equipes locais da empresa.

No total, as dinâmicas nas cidades contaram com a participação de mais de 70 mulheres de diferentes nacionalidades, em especial venezuelanas e haitianas. A primeira foi realizada no dia 16, no Rio de Janeiro, em parceria com o Programa de Atendimento a Refugiados e Solicitantes de Refúgio (PARES) de Cáritas-RJ. Além de roda de conversa sobre as oportunidades oferecidas, as participantes realizaram atividades de ioga e relaxamento.

A cubana Beatriz participou das atividades no Rio de Janeiro e foi contratada

A cubana Beatriz participou das atividades no Rio de Janeiro e foi contratada

Uma das participantes das atividades no Rio de Janeiro foi a cubana Beatriz Lorente. Ela veio para o Brasil há sete anos e conta que, por ter deficiência, tem mais dificuldade para conseguir um emprego formal. “Eu me formei em educação especial e trabalhei por 30 anos como intérprete de língua de sinais em Cuba. Também trabalhava com costura e artesanato. Mas aqui, ainda não havia conseguido trabalho, em função da minha deficiência, porque não consigo ficar muito tempo em pé nem fazer muita força”, explicou. Ela foi uma das selecionadas para os postos de trabalho oferecidos. “Ainda não tinha tido contato com nenhuma empresa que tivesse oportunidade como essa, para pessoas com deficiência. Fiquei muito impressionada, porque tenho habilidades e também posso trabalhar.”

Também em 16 de abril, cerca de 20 mulheres participaram das dinâmicas promovidas pelo Instituto C&A em São Paulo, em parceria com a Missão Paz e com o Programa de Recolocação de Refugiados (PARR) da Caritas Arquidiocesana de São Paulo. Em Porto Alegre, as atividades foram realizadas no dia 29 em parceria com o Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados (SJMR) e com Aldeias Infantis SOS. Durante todo o dia, as participantes puderam saber mais sobre o mercado de trabalho brasileiro, as leis trabalhistas, as vagas oferecidas pela empresa e uma simulação de um dia de trabalho em uma loja da empresa. Também participaram de oficina sobre soft skills e elaboração de currículos.

Em Porto Alegre, foram realizadas dinâmicas para integração e compreensão do dia a dia nas lojas

Em Porto Alegre, foram realizadas dinâmicas para integração e compreensão do dia a dia nas lojas

Apoio para integração e estabilidade local

Um dos diferenciais do compromisso assumido pelo Instituto C&A com o Empoderando Refugiadas foi o apoio na acomodação das mulheres que sairam de Boa Vista (RR) para São Paulo (SP). Todas as mulheres selecionadas em Roraima são refugiadas venezuelanas e estão passando pelo processo de interiorização por Vaga de Emprego Sinalizada. Ou seja, já com o compromisso da contratação assumido pela empresa, elas têm os custos da viagem cobertos pela Operação Acolhida, do Governo Federal. Além disso, estão sendo acomodadas em um espaço de acolhimento temporário durante os dois primeiros meses e receberão um auxílio financeiro para alugar e mobiliar a nova casa. A recepção na cidade nova contou com apoio de Fé e Alegria e do Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados (SJMR).

Michel Beltran é uma das selecionadas. Ela estava vivendo há cinco meses em um abrigo em Boa Vista quando a seleção foi realizada, contando as horas para começar o novo emprego. “Estou muito ansiosa para começar a trabalhar. Quero me superar, fazer novas coisas e ter essa oportunidade nesse novo trabalho”, afirma. “Para mim, é algo novo ter todas essas oportunidades para estudar, fazer cursos e agora trabalhar. São oportunidades que eu agarro. Minha expectativa é chegar e dar o melhor de mim. Quero que meus chefes digam que valeu a pena me contratar.”

Em Boa Vista (RR), a venezuelana Michel faz as malas ansiosa pelo início do trabalho

Em Boa Vista (RR), a venezuelana Michel faz as malas ansiosa pelo início do trabalho

"É muito significativo o compromisso assumido pelo Instituto C&A para garantir a integração dessas mulheres no mercado de trabalho e na comunidade de acolhida, em especial as que chegam pelo processo de interiorização. São pessoas em situação de extrema vulnerabilidade, que chegam a uma nova cidade com suas famílias e a esperança de um recomeço. Esperamos que essa experiência possa inspirar outras empresas a também assumirem compromissos nesse sentido", ressalta a coordenadora do Empoderando Refugiadas, Camila Breitenvieser.

Sobre o Empoderando Refugiadas

O Empoderando Refugiadas é um projeto da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), Pacto Global da ONU - Rede Brasil e ONU Mulheres criado em 2016 e que, desde então, já impactou a vida de mais de 600 mulheres. Juntamente a diversos parceiros da sociedade civil, setor público e privado, o projeto já formou turmas em Boa Vista, Brasília, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro.

Os objetivos do projeto são capacitar as participantes para o mercado de trabalho brasileiro, facilitar a integração local e a adaptação laboral no país, promover a contratação formal de refugiadas e seu empoderamento econômico, além de fomentar a sensibilização do setor privado.
Entre os pilares do projeto estão a valorização da diversidade e da inclusão, incluindo mulheres com deficiências, cuidadoras de pessoas com deficiências, mulheres com mais de 50 anos e população LGBTIQA+.

Para saber mais, acesse empoderandorefugiadas.org.br.