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Centro de Sustentabilidade é inaugurado em Belém para apoiar indígenas Warao e comunidades de Outeiro

Notas informativas

Centro de Sustentabilidade é inaugurado em Belém para apoiar indígenas Warao e comunidades de Outeiro

Espaço criado para apoiar a inclusão social de indígenas refugiados da Venezuela e de outras comunidades em situação de vulnerabilidade é uma iniciativa do ACNUR, IEB e Funpapa com apoio do Conselho Warao Ojiduna (CWO).
26 Junho 2025
Grupo de pessoas posando em frente a um mural colorido com desenhos abstratos e a figura de uma pessoa segurando um objeto.

Centro de Sustentabilidade do CRAS Outeiro é também um espaço que proporciona a troca e convivência pacífica entre as comunidades locais e indígenas refugiados Warao

Celebração de saberes ancestrais dos indígenas Warao e práticas de sustentabilidade marcaram a inauguração do Centro de Sustentabilidade do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Outeiro, realizada no último dia 23 junho, em Belém (PA). O espaço é uma iniciativa conjunta da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB) e da Fundação Papa João XXIII (Funpapa), com apoio do Conselho Warao Ojiduna (CWO).

Impulsionado pelo projeto Yaota Kasaba Jese – Sustentabilidade Warao, o espaço foi criado para apoiar a inclusão social e produtiva dos Warao — indígenas refugiados da Venezuela — e de outras comunidades em situação de vulnerabilidade da Ilha de Outeiro.

As áreas revitalizadas ganharam pinturas que refletem a cultura Warao e amazônida, trazendo senso de pertencimento para espaços que vão acolher atividades do Conselho Warao Ojiduna e da comunidade do entorno. A estrutura conta como uma sala refrigerada e uma horta comunitária com leiras para tubérculos, raízes, hortaliças e plantas medicinais, e uma área de convivência próxima à horta onde podem ser realizadas reuniões, oficinas de artesanato, entre outros.

Grupo de pessoas observando uma horta com mudas jovens em canteiro com irrigação por gotejamento; algumas tiram fotos com o celular. Ao fundo, parede amarela e vegetação.

Além dos serviços disponíveis para a comunidade, o Centro de Sustentabilidade é também um espaço de convivência e trocas para as comunidades de Outeiro 

A primeira semana de funcionamento do novo espaço está sendo marcada por um processo formativo para 20 indígenas Warao, com oficinas sobre gestão de resíduos e cuidados com a saúde comunitária; formas práticas de gestão de resíduos; e horta comunitária.

“Estamos muito contentes e alegres com esse novo projeto. Nós, como indígenas Warao, vivemos de semeaduras. E a formação que tivemos agora sobre horta é muito importante pra nós, porque nos faz recordar de nossas raízes. Vamos ensinar nossos filhos como semear, colher os frutos e lavrar a terra. É muito importante porque vamos ter um espaço para semear a nossa comida, a nossa tradição”, afirma Luisa Cooper, uma das indígenas Warao que residem na ilha de Outeiro.

Mulher indígena da etnia Warao fala ao microfone sorrindo

Luísa Cooper é uma das indígenas Warao que, junto de sua comunidade, fará uso do espaço

A formação, com carga horária de 20 horas, foi iniciada na segunda-feira (23) e prossegue até sexta (27). A proposta é que as ações desenvolvidas contribuam para o fortalecimento dos vínculos comunitários, promovam a autonomia das famílias atendidas e ajudem a preservar a identidade cultural dos Warao. Para Janaina Galvão, chefe do escritório do ACNUR em Belém, o Centro de Sustentabilidade é um espaço de aprendizado, troca e mobilização em torno de causas que impactam diretamente as vidas das comunidades.

“A inauguração do Centro de Sustentabilidade representa um marco no compromisso do ACNUR, da Prefeitura de Belém e do IEB com o fortalecimento da comunidade Warao em Belém. Este espaço é mais do que uma estrutura física, é um símbolo de inclusão, participação cidadã e construção coletiva de um futuro mais sustentável, justo e resiliente”, destaca.

Mulher de camiseta azul com logo do ACNUR fala ao microfone

Janaína Galvão destaca que o espaço é um símbolo de inclusão, participação cidadã e construção coletiva

O espaço marca também a articulação entre organizações da sociedade civil e o poder público para fortalecer comunidades em situação de vulnerabilidade social. “Essa parceria materializa um arranjo interinstitucional que eu considero muito relevante para o desafio que a gente tem hoje no município de Belém, de conceber projetos a partir de várias iniciativas de organizações da sociedade civil, setores do governo e outros setores da sociedade, e que esses projetos contemplem cada vez mais as populações em situação de elevada vulnerabilidade social para o enfrentamento dos desafios climáticos”, avalia Manuel Amaral, coordenador executivo do IEB.

O CRAS Outeiro representa uma porta de acesso às políticas públicas. “No CRAS nós temos assistentes sociais e psicólogas para atender a comunidade e também trabalhamos a atualização e inclusão no Cadastro Único para Programas Sociais, que é por onde os Warao conseguem acessar o Bolsa Família, por exemplo. Esse novo projeto vai aproximar ainda mais esse público do CRAS, aqui eles vão poder fazer seus plantios e conhecer a nossa cultura”, afirma Nayara Nascimento, cadastradora do CRAS.

A cerimônia de inauguração reuniu representantes de agências da ONU, IEB, Funpapa, da Câmara Municipal e lideranças indígenas Warao, além de moradores da comunidade.