ACNUR continua e amplia apoio humanitário para a emergência na Armênia

Mais de 100.500 pessoas cruzaram as fronteiras em uma semana. Agora, o número de entradas começa a cair e é preciso apoiar as pessoas que começam a se interiorizar pelo país

Refugiados em fila para receber apoio em centro de distribuição na Armênia

 

A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) faz um apelo urgente à comunidade internacional de doadores para que seja solidária a fim de permitir que a Armênia responda a essa emergência humanitária.

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O ACNUR continua profundamente preocupada com a rápida evolução da emergência humanitária na Armênia, onde mais de 100.500 pessoas se refugiaram em menos de uma semana. As equipes do ACNUR estão no local e na fronteira desde o primeiro dia, quando chegaram os primeiros grupos de refugiados.

Foram cerca de 15 mil chegadas por dia, sendo que o dia mais movimentado foi 27 de setembro, quando 40 mil pessoas cruzaram a fronteira. Até o momento, cerca de 86 mil foram inscritas nos centros de registro do governo. Os refugiados chegam traumatizados, exaustos e famintos, e precisam de apoio psicossocial urgente e assistência emergencial, incluindo roupas quentes e medicamentos.

Os refugiados recém-chegados agora constituem 3,3% de toda a população armênia (no total, de 3 milhões). Ou seja, 1 a cada 30 pessoas no país é refugiada que acabou de chegar. Esse número expressivo ainda se soma à quantidade de casos pré-existentes de 35 mil refugiados, solicitantes de asilo e apátridas já presentes antes do agravamento da crise humanitária na Armênia.

Apoio do ACNUR

As equipes do ACNUR estão no local, fornecendo assistência imediata e monitorando de perto a situação, em apoio à resposta liderada pelo governo. A prioridade é garantir que os civis sejam protegidos e que a assistência humanitária possa chegar aos necessitados.

Após a chegada do primeiro dos 16 caminhões do ACNUR com ajuda humanitária adicional em 30 de setembro, o primeiro lote de itens básicos de socorro foi enviado a Goris em 2 de outubro. O ACNUR e as autoridades locais distribuirão conjuntamente a assistência humanitária aos necessitados.
Embora o governo esteja fazendo esforços consistentes e louváveis com o apoio da comunidade internacional para atender às necessidades que crescem rapidamente, é necessário apoio financeiro adicional.

Necessidades perto e longe das fronteiras

O número de chegadas por dia passou a cair bastante a partir de 30 de setembro, o que levou o governo armênio a concentrar mais respostas longe das áreas fronteiriças, focando locais onde os refugiados estão se estabelecendo. Alguns refugiados estão agora avançando dentro da Armênia para se estabelecerem em uma área diferente daquela em que se registraram.

Alimentos, abrigo, roupas e medicamentos estão entre as principais necessidades dos recém-chegados. Os refugiados relatam a necessidade de móveis e itens não alimentícios para as famílias acomodadas em abrigos temporários, ferramentas agrícolas, itens de higiene, madeira para aquecer as casas, bem como dispositivos para pessoas com necessidades específicas.

“Temos uma vítima do conflito na nossa família: o meu neto. Depois desta tragédia e de tudo o que aconteceu nestes dias, ficamos sem vontade ou disposição para nada”

Borik, refugiado na Armênia

Borik, 75 anos, e a esposa Lena, 73, são refugiados que chegaram à pequena cidade fronteiriça de Goris. Assim como eles, boa parte dos refugiados que chegaram à Armênia são vulneráveis, incluindo principalmente idosos, mulheres e crianças.

Todas as crianças refugiadas têm direito a acessar o sistema escolar público armênio, mas menos de 700 crianças foram matriculadas até o momento. O Ministério da Educação lançou um banco de dados para coletar informações sobre o número de professores entre os refugiados que chegam, a fim de aproveitar suas habilidades.

As autoridades da Armênia informaram que muitos refugiados têm problemas de saúde crônicos, agravados devido à falta de acesso a medicamentos nos últimos meses.

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