Este é um resumo do que foi dito pelo porta-voz do ACNUR, Aikaterini Kitidi – a quem o texto citado pode ser atribuído – na coletiva de imprensa de hoje no Palácio das Nações, em Genebra.
GENEBRA, 22 de maio de 2018 – O ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados, tem visto um aumento significativo no número de pessoas que são forçadas a fugir da violência e da perseguição no norte da América Central. Com muitos indivíduos em movimento e em grave perigo, estamos pedindo à comunidade internacional que defenda suas necessidades de proteção, ao mesmo tempo em que ajuda os países do norte da América Central a lidar com a raiz do problema.
Mais de 294.000 solicitantes de refúgio e refugiados do norte da América Central foram registrados globalmente até o final de 2017, um aumento de 58% em relação ao ano anterior. Isso é dezesseis vezes mais pessoas do que no final de 2011.
Os pedidos de refúgio por pessoas desta região também estão aumentando em todo o mundo. Entre 2011 e 2017, 350.000 pedidos de refugiados foram feitos globalmente. Entre eles, quase 130.500 foram arquivados somente em 2017.
A grande maioria dos que são forçados a fugir está buscando refúgio e proteção tanto ao norte de Belize, México e Estados Unidos, quanto (e cada vez mais) ao sul na Costa Rica e Panamá. Muitas são mulheres vulneráveis, ou crianças desacompanhadas ou que se separaram de suas famílias.
Ouvimos repetidamente de pessoas que pedem proteção e refúgio, inclusive de um crescente número de crianças, que estão fugindo do recrutamento forçado para grupos criminosos armados e de ameaças de morte. À medida que as pessoas cruzam as fronteiras, enfrentam inúmeros perigos, incluindo a violência infligida por grupos criminosos, frequentemente deixando as mulheres particularmente vulneráveis ao abuso sexual e à exploração. No entanto, diante dos altos níveis de homicídio em seus países de origem, afetando especialmente as mulheres, bem como diante da violência contra as mulheres e as comunidades LGBTI, as pessoas estão fazendo essas viagens por desespero.
O ACNUR tem trabalhado com governos e parceiros da sociedade civil para ajudar por meio do Marco Integral Regional para Proteção e Soluções (MIRPS). Através deste marco, as pessoas que são deslocadas à força podem ter acesso a acolhimento e abrigo melhores, procedimentos de refúgio mais eficientes e eficazes e melhores soluções. Isso inclui assegurar que refugiados e solicitantes de refúgio tenham acesso a programas nacionais de assistência social e ao mercado de trabalho. O último, em particular, ajuda na integração, pois significa que os refugiados podem contribuir de volta com as comunidades que os acolhem. Além disso, o MIRPS estabelece mecanismos compartilhados para o reassentamento ou outros caminhos legais para aqueles que estão em maior risco, ao mesmo tempo em que aprimora a cooperação entre os atores para abordar as causas profundas do deslocamento forçado na região.
No entanto, as necessidades na região são enormes. Para 2018, o trabalho do ACNUR requer cerca de US$ 36,2 milhões para fornecer proteção e assistência às pessoas afetadas pela situação do Norte da América Central. Até agora, apenas 12% do financiamento necessário foi recebido.
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