Etiópia

Uma crise humanitária em grande escala está se desenrolando à medida que milhares de refugiados fogem dos combates na região de Tigré, na Etiópia, em busca de segurança. Desde que a violência começou no início de novembro de 2020, os refugiados têm chegado por pontos de fronteira remotos que levam horas para chegar até as cidades mais próximas no Sudão. Muitos são mulheres e crianças. A maioria saiu quase sem pertences e chegou ao Sudão exausta depois de caminhar longas distâncias. Sem perspectiva de fim do conflito, o fluxo constante de chegadas diárias está superando a capacidade atual de fornecer ajuda. Mais apoio é necessário e urgente.

DOAR AGORA

57.538 refugiados do Tigré da Etiópia forçados a se deslocar para o Sudão

16.000 refugiados da Eritreia na região de Tigré

100.000 deslocados internos na região de Tigré antes da crise atual

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Última atualização em 28 de fevereiro de 2023

 

“Não sabíamos o que estava acontecendo quando ouvimos os tiros. Muitas pessoas foram mortas – vimos dez, vinte corpos caídos no chão. Foi quando decidimos sair. Andei até minhas pernas ficarem feridas e sangrando. Agradeço a Deus que estamos seguros aqui e temos algo para comer. ”

Gannite, mulher refugiada etíope que fugiu para o Sudão dos confrontos na região de Tigré

Mais de 3.000 pessoas fogem todos os dias da região de Tigré, na Etiópia, para o leste do Sudão – um influxo não visto nas últimas duas décadas nesta parte do país.

Os refugiados estão chegando a áreas remotas com muito pouca infraestrutura. A maioria cruzou da Etiópia para o Sudão através do ponto fronteiriço de Hamdayet no estado de Kassala e outros em Lugdi no estado de Gedaref. Demora pelo menos seis horas de carro da cidade grande mais próxima, dificultando a entrega rápida de alimentos e suprimentos.

Os centros de trânsito nas áreas de fronteira estão superlotados devido ao grande número de chegadas de Tigré, aumentando o risco de doenças incluindo COVID-19. 9.000 pessoas foram transferidas para o primeiro assentamento de refugiados identificado pelo governo; há uma necessidade crítica de identificar mais locais para que os refugiados possam ser realocados para longe da fronteira e possam ter acesso a assistência e serviços.

Dentro da própria Etiópia, o potencial para mais deslocamentos dentro do país está crescendo a cada dia. A falta de eletricidade, telecomunicações e acesso a combustível e dinheiro prejudica seriamente qualquer resposta humanitária. O ACNUR está preocupado com a segurança de todos os civis em Tigré, incluindo os 96.000 refugiados eritreus localizados em quatro campos lá, que dependiam totalmente de assistência. Nós nos juntamos ao restante da ONU no apelo a todas as partes no conflito para proteger os civis, respeitar a segurança da equipe humanitária e permitir o acesso às pessoas necessitadas.

O que o ACNUR está fazendo para ajudar?

O ACNUR está trabalhando 24 horas por dia com autoridades e parceiros no Sudão para fornecer abrigo de emergência vital, alimentos, água potável e exames de saúde para milhares de mulheres, crianças e homens refugiados que chegam da região de Tigray em busca de proteção. Estamos distribuindo itens de socorro, incluindo cobertores, colchões de dormir, lonas de plástico e kits de higiene. Foram iniciadas campanhas de informação sobre a prevenção COVID-19 juntamente com a distribuição de sabonete e 50.000 máscaras faciais nos pontos de fronteira.

O ACNUR e o governo estão registrando os recém-chegados da Etiópia e destacamos funcionários para identificar as pessoas mais vulneráveis ​​com necessidades específicas, como crianças desacompanhadas, mulheres e idosos. Estamos transferindo refugiados dos centros de trânsito de fronteira para o assentamento Um Raquba – 70 quilômetros para o interior – e estamos nos esforçando para identificar mais locais com as autoridades.

Os preparativos estão em curso em outros países vizinhos e na Etiópia, com vista a possíveis novos deslocamentos transfronteiriços e internos. Estamos acelerando nossa resposta, mas precisamos do apoio imediato dos doadores para continuar ajudando o número crescente de pessoas forçadas a fugir do conflito na região de Tigré, na Etiópia.